Naturalmente o melhor sítio do mundo para comer sushi é o Japão. O peixe é fresquíssimo e tratado com sabedoria pelo sushiman, que estuda muitos anos para manobrar as dádivas do mar até que nos cheguem ao prato. O arroz é confecionado de modo perfeito, para cada grão libertar o melhor sabor, além de o próprio cereal ter sido selecionado ao longo das colheitas. Pequenos apontamentos de tempero: um cebolinho aqui, um toque de maionese acolá, mas sobretudo o wasabi para desinfetar as fatias de peixe, e módicas quantidades de conserva de gengibre, molho de soja só se quiser muito mesmo. O sushi japonês é simples, feito sobretudo da qualidade dos ingredientes. Existem variações, ao gosto dos japoneses, como por exemplo colocar um ovo de codorniz cru, ou combinar picado de atum com maionese, ou até uns grãos de milho para enfeitar. Mas estamos bem longe do mundo louco dos California rolls! Por outro lado, existem variedades muito tradicionais do Japão, que dificilmente encontrará noutras partes do mundo, como por exemplo as que contêm natto (feijão de soja fermentado e espumoso). Quer seja apenas fã do que consegue discernir ou aventureiro no que toca à gastronomia, este restaurante de sushi mostra-lhe - literalmente - tudo. E só pega no que quiser.
O Kaitenzushi, ou Sushi em tapete rolante, é um género de restaurante de sushi que nasceu no Japão para dar resposta à necessidade de refeições servidas de modo muito rápido, como por exemplo almoços de funcionários de empresas, os quais frequentemente têm apenas 15 ou 20 minutos para intervalo. Ainda hoje esse é o público predominante destes restaurantes. Mas, para além disso, o Kaitenzushi é muito conveniente para grupos de amigos, todos com diferentes gostos, já que as porções vão sempre passando no tapete rolante ao lado da mesa e cada um pode tirar o que quiser. Em tempos mais recentes, o Kaitenzushi tornou-se também popular entre os estrangeiros, pois oferece a oportunidade de fazer uma refeição mais económica sem prescindir de todo o sabor e experiência do sushi.
O sistema é intuitivo, e todo o restaurante está tão bem montado que mesmo que não perceba uma única palavra de japonês poderá entender-se aqui muito bem. Os clientes entram e esperam que o funcionário os leve ao lugar onde devem sentar-se. Irão entregar-lhe um pacote com um toalhete húmido, que deve usar para limpar as mãos antes de começar a comer. Na sua mesa, ou no balcão onde se sentou, há pauzinhos (hashi) dentro de pacotes de papel. Retire um, abra e "parta" os pauzinhos na separação. Está quase pronto para começar a comer!
Também irá ver copos à sua disposição, e saquetas de chá. (Alguns Kaitenzushi podem ter chá em pó). Na mesa/balcão há uma torneira de onde sai água quente, por isso é só encostar o seu copo com a saqueta de chá, deitar a água e aguardar. Enquanto o seu chá arrefece vá observando o sistema de preços. Os pratos têm diferentes cores e é conforme as cores que se faz a conta. Cada cor tem um preço e geralmente existe um diagrama que explica exatamente a quantia. A explicação pode estar pintada no seu balcão, ou pode estar desenhada num menu à sua frente. Na sua mesa também tem o frasco de molho de soja (na verdade usa-se pouco para o sushi japonês), a conserva de gengibre que deve tirar com a pinça e nunca com os seus próprios pauzinhos (este serve para limpar o palato entre diferentes sabores), e o picante. O wasabi não costuma estar à disposição porque cada pedacinho de sushi já virá com wasabi, mas pode pedir ao sushiman uma porção extra se desejar. Cuidado com o wasabi, experimente primeiro só um pedacinho pequeno antes de tomar mais. Por outro lado, se tiver com o nariz congestionado, vai fazer-lhe maravilhas!
E agora é só ir tirando do tapete rolante o que lhe parecer apetitoso! O Kaiten não tem só sushi, também passam algumas sobremesas e outras delicias. Se quiser pedir alguma coisa específica, que não está a ver circular, solicite diretamente ao sushiman. Existem pelo menos três cozinheiros na zona central, totalmente rodeados pelo tapete rolante, e sempre a montar sushi. Eles podem servir-lhe variedades tais como unagi (enguia grelhada e com molho doce) ou kani (caranguejo cozinhado), e tantas outras.
O Kaitenzushi Wakatekemaru é a melhor opção de Kaitenzushi na baixa da cidade, e é extraordinariamente popular para os cidadãos de Nagasaki. Poderá ver uma clara predominância de locais que ali vão tanto ao almoço como ao jantar, e o ocasional estrangeiro que está a residir ou a visitar amigos. É um local muito frequentado sobretudo por cidadãos da faixa sénior, pelo seu preço apelativo e por ter sabores mais tradicionais. O local, a conveniente rua coberta de Hamanomachi, é o local perfeito para um estabelecimento como este, e para quem o visita também. No entanto é preciso acertar com a entrada, pois o restaurante é no primeiro piso, que para os japoneses se escreve "segundo piso" porque contam o rés-do-chão como piso 1.